12 de julho de 2008

AS MINHAS LUNETAS



Tal como agora, em criança entre os oito e dez anos talvez, também usei óculos para correcção da vista. O seu uso limitava-me muito. Por exemplo, quando vinha da escola se estava a chover era uma chatice, porque ficava com os vidros molhados, e isso aborrecia-me.
Depois no regresso a casa quando passava pelo jardim do Passeio Alegre um jardim que eu não dispensava de ir sempre para lá quando vinha da escola, porque também lá estavam os "meninos ricos" com os seus carrinhos miniatura (eram de ferro e pesados) a fazerem corridas nos caneiros de rega dos canteiros. E também nesta brincadeira, como estava sempre com a cabeça para baixo para empurrar o meu carrinho, só tinha um, nunca podia perdê-lo de vista, os óculos tinham tendência a caírem.

Mas um acontecimento não intencional finalizou o uso dos óculos.
Um dia tirei os óculos para ir brincar, também no mesmo jardim colocando-os junto da mala da escola. Quando me fui embora peguei em tudo, menos nas "lunetas" e fui para casa descontraido. A minha avó perguntou-me pelos óculos, fiquei desorientado, expliquei-lhe o que tinha acontecido, e coitadinha lá foi comigo para o jardim procurar os óculos, mas não os encontramos.

Sabes que a minha avó nunca me batia, ficava muito zangada, fazia-me severos discursos, mas...
depois tudo passava e tratava-me por "meu menino".

E aqui deu-se por finda a minha fase das lunetas.

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