5 de março de 2011

MÚSICA E POESIA





Quando comecei a mudar-me para o teu apartamento depois de algumas "certezas" de que era o que queríamos, levei os poucos livros que tinha trazido do Porto mais alguns que adquirira por aqui, alguma propaganda que ainda estava em meu poder porque se tinha dado 25 Abril e muito pouco mais nesta área, umas K7 e alguns discos, era o meu "tesouro cultural" na ocasião.
Como é normal, íamos vendo e comentando o que cada um de nós possuía, começamos a organizar papeis, fotografias, livros, pequenas recordações e outros. Porque ainda estava num período de mudanças do meu quarto para para tua casa, mais o emprego, as coisa tinham que ir devagar.
Tão devagar, que não hesitaste em dar-me para ler, um livro de poesia que eu já tinha lido clandestinamente, antes de ir para a Guiné. Essa sugestão de leitura, considerei-a como uma confissão ou uma mensagem... e não recusei. Mais tarde este livro que estava assinado, passou a ter o número 245 na nossa biblioteca.

"A INVENÇÃO DO AMOR" de Daniel Filipe

     

Tempos depois pensando eu, que sabia muito sobre o colonialismo dás-me outro poema que não conhecia de todo para ler; "Os Flagelados do Vento Leste" de Manuel Lopes.
Fico entretanto a saber de alguma da música que gostavas. No meio de diversas canções, baladas e outras músicas, havia uma ou duas obras clássicas: "As quatro Estações" de Vivaldi e a "Sinfonia do Novo Mundo" de Dvorak.
A minha primeira "preocupação" que tive de resolver com a maior satisfação do mundo. Não havia Gira-Discos, mas consegui arranjar um do tipo portátil e baratinho. E ainda à volta da música, passado talvez dois anos, ficaste muito zangada comigo por ter oferecido um duplo álbum dos Beatles a alguém, só porque eu desconsiderava a música deles. E passado long time ainda falavas disto.

Querida porque nos últimos tempos só pensava em ter-te junto de mim por mais tempo, contra o próprio tempo, não soube dar-te novamente este pequeno prazer, será que desejavas ?.


Sem comentários: