14 de março de 2015

ENCONTRO COM A REALIDADE





Década de 70. Uma vida agitada de se querer viver tudo, compreender tudo, aprender a viver em liberdade. Concretizar nossos sonhos. Experimentar aquilo que pensava-mos ser possível. Um romantismo social em toda a sua dimensão.
Eu e tu, novos na idade embora com experiência na luta que se vinha travando contra a ditadura, tínhamos a responsabilidade de permanecer nos nossos empregos, manter o colégio à nossa filha, manter a casa arrendada e outros pequenos aspectos correntes.
Nossas responsabilidades eram grandes, para quem muito novos se tornaram autónomos das famílias, não por conflitos, mas porque não queríamos prejudicá-los com as nossas acções procurando ser-mos consequentes com as nossas atitudes.
Portanto a possibilidade de nos socorrer delas (que não se conheciam) era rejeitado por principio, considerando isso como o último recurso.
Eu trabalhava numa Emissora de Rádio e tu numa Editora Livreira.
É com os acontecimentos nestes locais de trabalho, que pouco depois do 25 Abril de 74, nossos sonhos começam a "florir".
É a partir deste momento que no nosso romantismo e paixão começa a expressar-se o nosso companheirismo e o "sentir-do-sentir" um pelo outro. Amizade aliada ao Amor.



21 de dezembro de 2013

Dar às pernas

Dar às pernas e tentar esconder-mo-nos do revisor...




Vivi muito esta aventura...Este era o eléctrico que ia para Pereiró, no Porto.


1 de novembro de 2013

Alguns brinquedos da minha infância













 
Muito instável, virava muitas vezes



 
Até dava às asas






Apitava que se fartava


Sempre a dar aos pedais

 


 
Lousa para a escola e respectivo lápis para escrever , e se podia apagar com um paninho húmido ou não


BRINQUEDOS MAIS PARA PRENDAS ESPECIAIS !!!





ESTES ALGUNS DOS BRINQUEDOS QUE EU TIVE NA INFÂNCIA, MAS SEMPRE PROCURANDO A AVENTURA NA RUA.

13 de setembro de 2013

( III ) - SONHOS, VENTURAS E OUTROS QUE TAIS

Conforme os editais, apresento-me na unidade militar respectiva no Porto, para a Inspecção Militar.

Um amontoado de jovens dispersos pelos passeios, com semblantes de uma boa disposição, que em muitos casos era uma forma de disfarçar a ansiedade, o desconhecimento do que vinha, a aflição de deixar os empregos, o sustento dos filhos e/ou família em alguns casos.

Uns tantos, acompanhados de seus pais com ares de quem vai para o matadouro, outros porém com todo o estilo de filhos de "família bem", que pareciam dizer; venho trazer meu filho para os elevados desígnios da Pátria. Circulavam no meio destes jovens alguns adultos visivelmente alguns pais, e outros estranhos adultos aparentando jovialidade, mas demasiado velhos para a condição de Mancebos... tratava-se da policia política PIDE-DGS dispersa no meio dos presentes.
Aqueles jovens (maior parte) não sabiam que se tratava da policia política rondando. Felizmente para eles que as suas conversas eram circunstanciais (em amizades de ocasião) à volta das suas origens, empregos, destinos, namoradas, e pouco mais.
No interior da Unidade Militar, de forma mais ou menos organizada enfileiravam-se os Mancebos para a respectiva inspecção física, sendo a principal preocupação dos examinadores, se o jovem tinha sífilis ou era homossexual, durante um breve inquérito sobre o seu estado físico se era cocho ou maneta, mas não sobre o seu estado saúde.
Soldados já fardados, (os prontos) com seus "ares de sargentos" a imporem a disciplina, procuravam manter a integridade das filas em direcção às mesas estrategicamente colocadas, onde estavam médicos (ou alguns supostos) com semblantes quase impenetráveis, sem grandes conversas, como militares alemães que seleccionavam homens aptos ou não para os trabalhos forçados.


Coisa que não me impressionou, porque com dezasseis ou dezassete anos, fui convocado (acompanhado de minha mãe) para ser interrogado pela Policia de Investigação Militar, no Porto. Assunto; acompanhar frequentemente um africano de Angola que estava (ainda hoje estou para compreender com quem estava a tentar solidarizar-me, eu era jovem demais) "protegido" no centro de transmissões STM no Castelo da Foz. Este meu convívio com o africano que algumas vezes comeu em minha casa originou suspeitas. Também não sei se sobre mim ou o africano. Eu era conhecido dos militares e do Sargento do posto de transmissões, desde criança. Convivia com eles e aprendia coisas sobre radiocomunicações, andava à vontade pelo Castelo que servia de quartel, comia com os soldados etç. Isto daria outra história, talvez um dia.
Mas voltando à inspecção militar.
À saída das instalações de inspecção, os recentes futuros recrutas confraternizavam, nos cafés das redondezas e especulavam sobre os seus possíveis destinos para o inicio da recruta. Desconheciam que a "distribuição" dos homens pelas diversas unidades no território (tal como o destino a África) obedecia a um plano entre outros baseado no nível cultural, das características sociais das regiões de onde eram oriundos, até incluindo o clima de Norte ou Sul de Portugal. Os madeirenses e os açorianos foram o exemplo mais claro desta filosofia sócio-militar. 
Foi também nestes momentos de descompressão, depois de vãs tentativas de exporem à inspecção algum impedimento para ser militar, que alguns tomaram a decisão e sem retorno de fugir à tropa, emigrando a "salto". Sendo que a principal razão para além das questões políticas, era ser colocado em causa, em muitos casos a sobrevivência da família, filhos, e todo o rol de questões que se apresentam a um homem quando é deslocado forçadamente.


Por minha parte, senti que aquelas duas horas, talvez me tenham transformado em um "bicho subterrâneo", disposto a tudo, decididamente não tinha alternativas concretas e viáveis de imediato. A minha postura passaria a ser de "dócil" cidadão. Tratava-se agora de aguardar a convocatória para o inicio da recruta (re)organizar a minha vida e o meu ‘modus operandi’ face ao que já me tinha proposto; combater o fascismo no seu seio, e agora "carimbado" com o determinante e insuspeito "apto para todo o serviço militar”.

(continua)



19 de março de 2012

BRINQUEDOS 'TERRIVEIS'

Guilherme, havia um ou outro brinquedo que me era proibido brincar com eles dentro de casa, apesar de esta ser grande.
Eram principalmente estes:
O ciclista, porque tinha uma incomoda campainha em miniatura, como as das bicicletas.
Outro de andar às voltas com ele seguro na mão e que fazia um rak, rak, de tirar qualquer pessoa do sério.
O do passarinho com as asas de madeira a baterem uma na outra e o barulho, aborrecia a minha avó.
E finalmente um outro que era uma roda tipo dentada, que passava sob pressão numa tira de chapa e fazia trak, trak.
Estes brinquedos, eram-me oferecidos pela minha mãe, na altura das festas do Sr. Matosinhos, S. João, Srª da Hora e às vezes quando ia ao Palácio de Cristal.


A ordem determinada pela minha avó, era que só podia brincar com aquelas tretas, no quintal ou na rua à porta de casa.
Não foram de todo brinquedos de minha eleição, mas recordo-me de uma ou outra brincadeira acompanhada da correspondente zanga e avisos da minha avó.





3 de março de 2012

A JUVENTUDE DA REVOLUÇÃO


A REVOLUÇÃO, É SEMPRE JOVEM.



- SEMPRE JOVEM, PORQUE MOVIDA PELO AMOR E TRANSPARÊNCIA DE IDEAIS.


- SEMPRE JOVEM, QUANDO VAI BEBER ENSINAMENTOS AOS MAIS VELHOS DO SEU POVO.


- SEMPRE JOVEM, PORQUE ROMÂNTICAMENTE ACREDITA SINCERAMENTE NOS QUE A RODEIAM.


- SEMPRE JOVEM, PORQUE VOLUNTARIOSA NÃO OLHA A PERIGOS, SOMENTE PENSANDO EM COMBATER OS OPRESSORES.


- SEMPRE JOVEM, PORQUE RENOVA E POR VEZES TRANSFORMA.


- SEMPRE JOVEM, PORQUE OS SEUS ÍDOLOS FORAM EM MAIORIA ASSASSINADOS AINDA NOVOS.


- SEMPRE JOVEM, PORQUE CONSCIENTES DA FORÇA QUE SÃO DE UM POVO.


- SEMPRE JOVEM, PORQUE TENDO DIREITO A TUDO PEDIR, COMO LHES É DE DIREITO, NADA REIVINDICAM PARA SI.


SÓ A LIBERDADE.

(Carlos Filipe)

19 de outubro de 2011

POSTO AVANÇADO - Guiné Bissau

POSTO AVANÇADO



Local: Galomaro, Guiné-Bissau (Jan/Fev. 1972)

Meu neto estou a tentar contar-te algumas recordações de quando o avô esteve na Guiné-Bissau (1) em 1971, durante a guerra colonial.

Fim da tarde, o ritual do jantar, noventa por cento das vezes constituído por Vianda e Estilhaços (arroz e pedaços de carne estufada) tinha terminado.
A maior parte dos meus camaradas do Destacamento dirigem-se para a Porta de Armas, onde já se encontram muitas jovens lavadeiras africanas das tabancas próximas.
Dá-se inicio à euforia de um baile de tentações, libertação de afectos em que também se libertavam alguns recalcamentos, pintalgando aqui e acolá um ambiente de risos, gritinhos e corridinhas fugindo de tentações, num desafio quase erótico.
Enquanto isto um pequeno grupo de homens preparam suas armas e restante equipamento necessário, para ocuparem os seu postos de vigilância e segurança, os patrulhamentos à volta do Destacamento. A saber, sentinelas no interior e no exterior, os “postos avançados”.
É neste clima que alcanço o meu primeiro grande susto nos dias das duas primeiras semanas que cheguei a Galomaro. (sector Leste da Guiné-Bissau).

Não estava destacado para nenhum serviço (o que muito poucas vezes aconteceu e ainda hoje não compreendo porque aconteceu), resolvi juntar-me a um pequeno grupo de camaradas com destino aos Postos Avançados. Esta decisão não foi motivada por qualquer tipo de valentia, mas porque pessoalmente tinha assumido, que procuraria ser conhecedor de tudo, conforme os objectivos que me levaram a aceitar o meu embarque com destino à Guiné-Bissau, mas que saíram em grande parte frustrados devido à doença, que originou a minha evacuação.
Juntamos-nos quatro homens, incluídos um Furriel mecânico e um cabo dos “velhinhos” (militares no fim da comissão militar) que ainda não tinha partido com destino a Portugal.


Porta de armas da Compª CCS - Bat 3872 - Galomaro 1971


Saímos a porta de armas, atravessamos o pequeno largo de terra batida (podes ver na foto), e ainda decorria o cerimonial da alegria entre militares e jovens africanas. Dirigimos-nos ao Posto Avançado, uma vala no solo, talvez a 400-500 metros de distancia em direcção da Porta de Armas do Destacamento. Transportava-mos a G3, sendo que o Furriel (mecânico) tinha aplicada ao cano da metralhadora um Dilagrama (Granada de mão que podia ser lançada com disparo da arma).


Com uma caminhada relaxante, chegamos ao destino, saltamos para dentro do buraco, encetamos conversa amena, enquanto por vezes o olhar de cada um de nós ia ao limite da vegetação, entre pondo-se uma Bolanha (2).
Claro que o contador de histórias naquele semi-silêncio relativamente próximo das tabancas, era o Velhinho, deliciando os Piriquitos (recém chegados à Guiné) como eu, com um imaginário de histórias, dolorosas umas e melodramáticas outras, das quais ainda não tinha-mos tido experiência, provocando concerteza em nós silenciosos receios.. Tiveram os meus camaradas mais tarde a experiência vivida de histórias semelhantes.


Tinha passado uma hora ou pouco mais, e temos na semi-escuridão o desenrolar de uma cena intrigante.
Um grupo de vacas (ou de bois?) caminhavam em direcção à nossa direita, sem alguma variação de percurso, nem um pequeno desvio... sempre em fila.
Gado inteligente, para um Velhinho astuto. Percebi depois... Diante do desfile, este explica-nos em voz mais baixa do que até aqui nas suas histórias; que o comportamento dos animais, devia-se a que estavam a ser conduzidos por pessoas escondidas pelo volume do corpo dos bichos.
Só se colocava em dúvida se era população afecta, ou mesmo guerrilheiros do PAIGC (3).
Já quase a saírem do nosso raio de visão, que fazer, disparar ou não?. NÃO.
O maior e mais natural e justo desejo do Velhinho, era proteger-se nestes últimos dias da sua permanência no mato.
A expectativa dos Piriquitos recém chegados ao mato, contribuiu para aquela decisão do mais velho e mais experiente de nós naquela vala cavada no chão, e... sem rádio p/ comunicações.


Passados estes intensos minutos, a conversa voltou quase ao normal, descomprimida que estava a situação.
O assunto passou a ser características das armas, um dos tópicos foi o alcance dos Dilagramas e consequentemente a munição a utilizar para o seu disparo.
Como um tiro certeiro, o Velhinho pergunta ao Furriel mecânico, que ainda tinha o Dilagrama introduzido na ponta da G3, que tipo de munição tinha no carregador para disparar o mesmo se tivesse sido necessário.
Bala de G3!...responde o Furriel.
Naquela temperatura amena de principio de madrugada, todos devemos ter gelado.
O Velhinho, com uma calma indesmentível pede a ponta da arma ao Furriel. E sem delongas retira o Dilagrama da ponta do cano da metralhadora, tudo num silêncio indecifrável.
Retirado o engenho deu-se inicio a uma rajada de impropérios,; caralh.. fodx-se queria-nos matar a todos...? O que veio para aqui fazer ...? e continuou tra tra tra tra.... (4)
Não consegui ver a cara do Furriel de frente, mas sei que não pronunciou uma palavra em resposta.
Passado o tempo estabelecido, voltamos ao destacamento. Chegados, cada um foi para o seu abrigo, talvez cogitando... procurar comer ou beber algo e dormir um pouco sempre incomodado pelos mosquitos (5).


Eu nisto tudo ?.. Nada de especial, só pensei que a primeira situação de perigo que se me depara é com os meus camaradas passado duas semanas, e não com o inimigo. Merda para isto, o que virá a seguir ?!

Mas gostei de estar na companhia daqueles camaradas naquela noite tropical, dentro de um buraco rectangular a que dão o nome de Vala (que não nos foi necessária nem para sobreviver, nem para morrer) contando anedotas, não cumprindo as regras. E o Velhinho estava a ser-me muito útil para os meus sonhos e realidades. Não os esqueci, embora não me lembre dos seus nomes.

(1) antes da independência, era chamada Guiné-Portuguesa.
(2) zona de cultivo de arroz principalmente
(3) PAIGC – Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde. Movimento de libertação que lutava contra o colonialismo português.
(4) O Dilagrama (granada) só pode ser disparada com munição de pólvora seca sem projéctil. Se tivesse tido o impulso de disparar, a granada explodiria mesmo na ponta da G3, matando-nos a todos que estava-mos muito juntos.
(5) O meu abrigo era o que vês ao centro da fotografia, noutra oportunidade explico-te de que eram construídos.

Obs. Foto capturada da Net. Fica aqui o meu agradecimento ao autor.

8 de outubro de 2011

GUINÉ-BISSAU, DESTINO DE UMA EVASÃO

Guilherme, nesta madrugada excepcionalmente quente de Outubro, estive à janela como tantas outras vezes, deixando voar os pensamentos onde estás muitas vezes presente.
Mas, desta vez não estiveste nem próximo, porque eles andaram sobre a Guiné Bissau de que já te falei.


Eu sou o da esqd.  À porta de uma Tabanca. Sempre que podia andava à civil.

Na minha varanda e de janelas abertas, chega-me o cheiro intenso de mato queimado nesta madrugada.

Sinto-me olhando o vazio, como orbitando a Guiné Bissau nesta noite sem luar.
Vejo as pequenas fogueiras e o burburinho das vozes sentadas à entrada de cada tabanca.

A minha busca de uma delas no meio do labirinto das mesmas, o cheiro da sua palha rendado com outros cheiros, produz-me ânsia e ligeiro desnorte.

Com as estrelas da noite como testemunha e como guias, com a ténue luz das pequenas fogueiras..., procuro no burburinho das palavras de cada família as silabas que me permitam a comunicação. "Corpo de vô ?" "Manga de sibe" "Jametum" etç.

Beber um trago de álcool de cana, fraternalmente oferecida, concerteza com raivas contidas, e que eu não me sentia o destinatário..

Sentia-me honrado, pela hospitalidade, no meio de pessoas com rostos quase esbatidos pela escuridão.

E por vezes sem conta, procurando dar melodia de esperança a curtíssimos diálogos nunca concluídos, sobre algo que estava para além de mim, outros berros de outras bocas mortíferas, se escutavam de vinte, trinta, quarenta quilómetros de distância.

Minha farda se transformava no pano de fundo de cena, e toda a empatia se desvanecia na plateia à porta da tabanca.

Nossas bocas fechavam-se e só os olhares dialogavam interrogando o culpado.

Contudo, a cada noite nascia o dia com a alegria sofredora das gentes no cultivo, na bolanha, nos afazeres da tabanca ou simplesmente embelezando ainda mais frondosas florestas.

E eu, eu frequentemente voltava a renascer na esperança de encontrar esse trilho, para o qual não tive tempo de o percorrer, para alcançar uma floresta de onde se partia novamente em direcção a um palco onde decorria a peça da luta pela liberdade e independência.

Gosto muito de ti, Guiné Bissau.


Carlos Filipe, Out. 2011

15 de setembro de 2011

CUIDADO COM A FOTO

Meu neto, esta foto foi obtida num comício da Oposição Democrática no Porto, ainda no período da ditadura fascista em Portugal, fins dos anos 60s.
Porque me achei "bonito" enviei para minha Mãe, que na época estava a trabalhar em Inglaterra.

Os "motivos vários" eram para proteger as outras pessoas presentes na foto da policia politica portuguesa PIDE, caso eu perdesse o controle da foto.

11 de setembro de 2011

" MG " UM SONHO DE JOVEM

Creio que este foi um dos meus maiores sonhos, quando em muito jovem gostava de ter um carro.
Na época, ficava com inveja quando via algum dos filhos de famílias ricas a conduzir um carro destes.
Sendo que a marca MG, ficou-me vincada na memória porque um tio meu, da facção mais privilegiada da minha família teve alguns, embora não desportivos. E um deles acompanhei a sua completa desmontagem e reconstrução, porque pretendia modificar algo no automóvel.

23 de maio de 2011

23 de MAIO, MEU DIA DE TODOS OS DIAS.

Já passam quatro anos, que decidiste sem outra alternativa, encetar uma viagem, para a qual não me convidaste.
Só me deixaste o filme da nossa amizade, amor e companheirismo, além do rebento da tua (nossa) filha. O Guilherme Filipe.
Todos os teus amigos(as) que eu conheci te admiravam. Tambem por isso foste o meu orgulho.

( Últimas palavras escritas, que a avó recebeu da enfermeira Dora )



-23 Maio de 2007-

6 de maio de 2011

VESTIGIO

Numa época em que ainda estávamos a aprender a viver como um casal, com tudo que isso implicava e eu pessoalmente a aprender a ser pai de uma menina com três anos.
Tudo era uma preocupação para mim o que fazer e de que maneira, porque estavas muito fragilizada, mas ao mesmo tempo com muita determinação de manteres as forças para seres capaz de conseguires cumprir as tuas obrigações de mãe e agora de companheira sem precisares de terceiros.
Digamos que tínhamos acabado de sair da adolescência com um rol de supresas em contacto com a realidade da vida, e aquele traço da tua personalidade causava-me admiração com um misto de vaidade e orgulho, por poder ser teu companheiro.
Na verdade, no meu fundo, não sei se também não me sentia protegido, porque de facto tinhas já uma experiência com os percalços da vida real